Guilherme Aukar
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Reforma Tributária e o Impacto no Mercado Imobiliário
12/07/2024
Reforma Tributária no Brasil e o Impacto no Mercado Imobiliário A recente proposta de reforma tributária no Brasil traz mudanças significativas que impactam diretamente o mercado imobiliário. Dentre essas mudanças, destaca-se a alteração na cobrança do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e a introdução de novas alíquotas sobre transações imobiliárias. Mudanças na Cobrança do ITBI Atualmente, o ITBI é cobrado no momento da atualização da matrícula do imóvel, que ocorre quando a propriedade é transferida oficialmente para o nome do comprador no registro público. Com a nova proposta, o ITBI será cobrado no momento da escritura do contrato de compra e venda. Essa alteração visa atender às solicitações de prefeitos, mas gera controvérsias. Para Júlia Vituli, advogada do Candido Martins Advogados, a mudança pode resultar em judicializações futuras, pois a definição do fato gerador do ITBI sempre foi motivo de dúvidas. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ITBI deve ser cobrado apenas no registro da matrícula. Portanto, a nova proposta, que não especifica claramente o momento do fato gerador, pode criar subjetividade e litígios. Paulo Vaz, sócio de Tributário do VBSO Advogados, destaca que essa medida pode complicar o processo de compra e venda de imóveis. Muitas pessoas optam por assinar apenas a escritura e adiar a atualização da matrícula devido a questões financeiras. Com a cobrança do ITBI na escritura, o custo da transação aumenta, o que pode desincentivar a compra de imóveis. Além disso, a falta de clareza sobre o momento exato da cobrança pode gerar insegurança jurídica. Ajustes nas Alíquotas de Imposto A proposta de reforma tributária também introduz mudanças nas alíquotas de impostos sobre transações imobiliárias. Atualmente, a alíquota média do PIS/COFINS é de 8%, somada ao ITBI, que é de 3% em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Isso resulta em uma carga tributária de aproximadamente 11% sobre o valor do imóvel para o comprador. Com a reforma, os imóveis serão incluídos na alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), estimada em 26,5%. No entanto, o setor imobiliário terá uma redução de 20% na alíquota do IVA, resultando em uma alíquota final entre 21% e 22%. Mesmo assim, a combinação do IVA com o ITBI pode elevar a carga tributária total para cerca de 25%. Paulo Vaz argumenta que essa alta carga tributária tende a desaquecer o mercado imobiliário, dificultando a aquisição da casa própria. O impacto é mais significativo em imóveis de maior valor, onde a alíquota pode chegar a 22%, além dos 3% do ITBI. Em um exemplo prático, a compra de um imóvel de R$ 4 milhões em São Paulo poderia resultar em R$ 1 milhão em impostos. Alíquotas Progressivas A proposta também prevê a aplicação de alíquotas progressivas conforme o valor do imóvel. Imóveis de até R$ 200 mil terão a alíquota aumentada de 6,41% para 7,9%. Para imóveis entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, a alíquota pode passar de 8% para 14%. Imóveis entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão terão a alíquota ajustada de 8% para 15,8%, e imóveis entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões podem ver um aumento de 8% para 16,3%. Imóveis acima de R$ 2 milhões terão alíquotas ajustadas para até 22%. Impacto no Mercado Imobiliário As mudanças propostas na reforma tributária podem trazer consequências significativas para o mercado imobiliário. Aumentos nas alíquotas de impostos podem desincentivar a compra de imóveis, afetando negativamente um setor que é um importante gerador de empregos e renda no Brasil. A complexidade adicional introduzida pela nova cobrança do ITBI pode criar incertezas e dificultar o planejamento financeiro dos compradores. Embora a reforma busque modernizar e simplificar o sistema tributário, é crucial que o governo considere os impactos práticos no mercado imobiliário e trabalhe para minimizar os efeitos adversos. Uma abordagem equilibrada é necessária para garantir que as mudanças tributárias não comprometam o acesso à habitação e a saúde do setor imobiliário.

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